Coletivo Ruínas dá continuidade a residência artística com aulas abertas e resultados de pesquisa dias 14, 15 e 16 de outubro

Foto/Crédito: Inês Bonduki

A investigação, pesquisa e criação transdisciplinar entre as linguagens da dança contemporânea, do teatro, do audiovisual expandido, da fotografia, da música, do figurino e da iluminação, são o ponto de partida do Coletivo Ruínas, que abre inscrições gratuitas para três aulas abertas. Os encontros virtuais acontecem dias 14, 15 e 16 de outubro, segunda a quarta-feira, das 19h às 21h30 e integram a residência artística Corpo Bioma: danças para desespecular imaginário iniciada pelo grupo em março de 2024.

Com o mote de dançar, conversar, pensar e trocar perspectivas, referências e pontos de vista sobre o cultivo e a criação de possibilidades de vida digna para além da vida humana, a residência artística, composta por nove artistas das linguagens da dança, música, audiovisual, fotografia, arquitetura, figurino e letras, definiu três assuntos de interesse comum: a água, a compostagem e os seres rebeldes. A partir disso o coletivo elaborou e realizou ações performativas em diferentes lugares de São Paulo.

Na nova etapa da residência artística, o Coletivo Ruínas realiza três aulas em formato remoto e abertas ao público com especialistas nos assuntos-síntese que moveram o grupo durante a pesquisa: a água, a compostagem e os seres rebeldes.

A primeira aula, dia 14 de outubro, segunda-feira, aborda o tema água (Oceano e Clima, Relações Gênero e Natureza e Luto Climático) e tem como convidada a oceanógrafa Adriana Lippi. Já na terça-feira, dia 15 de outubro, o tema é seres rebeldes com a antropóloga Joana Cabral de Oliveira, que abordará cultivo e autonomia com foco nas raízes da mandioca, narrativas de sustentabilidade e referências de Anna Tsing e Donna Haraway. A última aula acontece dia 16 de outubro, quarta-feira com o tema compostagem e a participação do educador em permacultura Vinicius Pereira, que abordará tópicos sobre compostagem urbana e como alcançar “lixo zero” nas residências.

As aulas serão online via Zoom e as inscrições gratuitas podem ser realizadas pelo link https://forms.gle/2xoqb9bEp37kVjzXA. Os participantes que acompanharem as três aulas receberão certificado.

Após as aulas abertas, o Coletivo Ruínas realiza nos dias 19 e 20 de outubro o resultado da residência artística com a apresentação de uma performance itinerante, uma instalação audiovisual com ativação performativa de dança e uma roda de conversa entre os artistas residentes e o público em geral sobre os processos de pesquisa, vivências, performances e conteúdos elaborados durante a residência artística.

Sobre o Coletivo Ruínas

Criado em 2014 como um coletivo artístico temporário de investigação, pesquisa e criação transdisciplinar entre as linguagens da dança contemporânea, do teatro, do audiovisual expandido, da fotografia, da música, do figurino e da iluminação. A reunião dos artistas deu-se pelo assombro e pela atração que geram os sítios de demolição de casas para construção de altos edifícios e condomínios, fundamentalmente em bairros residenciais da cidade de São Paulo, não só pelo fenômeno da voracidade com que máquinas põem casas abaixo, mas por mudar radicalmente a natureza dos lugares. É de interesse do coletivo como os processos de especulação imobiliária e desestatização coreografam o cotidiano e afetam os corpos. Este motivo fez com que os integrantes começassem a criar modos e meios de se relacionarem poeticamente com determinadas topologias urbanas e a refletirem, ética e politicamente, por meio de criações artísticas (como Intervenções Urbanas, Instalações, Performances, Videodanças, Experimentos Cênicos e Peças) o modo como são percebidos os processos de transformação em tempo real e as contribuições que a ação direta do corpo nos lugares agrega às discussões sobre este atual fenômeno. A interlocução com a topologia movente dos sítios de demolição e construção de edifícios residenciais, a metamorfose do ambiente lar e a remodelagem dos corpos e dos modos de vida, coloca o coletivo frente ao modo com que a espécie humana está ocupando a Terra. Quanta floresta tem em um edifício? No entendimento de que os seres humanos são natureza, a pesquisa corporal se apoia nas práticas de matrizes japonesa, Do-ho, e chinesa, Tai Chi Chaun Dao Yin. No campo teórico, os interesses giram em torno de conceitos sobre Ecologia, Antropoceno, Filosofia, Direitos Humanos e a Terra como ser de direitos. Site – www.coletivoruinas.com.br

Serviço:

CORPO BIOMA: DANÇAS PARA DESESPECULAR IMAGINÁRIO

Aulas abertas
Mediação – Michele Carolina

14 de outubro, segunda-feira, 19h às 21h30
Água com Adriana Lippi

15 de outubro, terça-feira, 19h às 21h30
Seres rebeldes com Joana Cabral

16 de outubro, quarta-feira, 19h às 21h30
Compostagem com Vinícius Pereira

As aulas serão online via Zoom [link por e-mail uma hora antes do início]. Quem participar das três aulas receberá certificado. Inscrições gratuitas – https://forms.gle/2xoqb9bEp37kVjzXA

As aulas ficarão disponíveis gratuitamente no canal Youtube do Coletivo Ruínas: @coletivoruinas2333

Compartilhamentos de pesquisa

19 de outubro, sábado, 16h.
USP – Portaria de pedestres da Vila Indiana – Rua Benedito de Souza (é uma travessa da Rua Corinto na altura do número 199, condomínio Verdes da Universidade).

Performance itinerante para encontros multiespecíficos entre humanes, águas, compostagens e seres rebeldes.

20 de outubro, domingo.
Galeria Dandi – Rua Barão de Tatuí, 17 – Santa Cecília, São Paulo

16h às 18h30
Instalação e audiovisual contendo fragmentos das vivências e experimentações realizadas na cidade de São Paulo com ativação performativa de dança.

18h45 às 20h45
Roda de conversa entre as artistas residentes e o público em geral sobre os processos de pesquisa, vivências, performances e conteúdos elaborados durante a residência artística.

Ficha técnica:

Concepção – Coletivo Ruínas. Coordenação Artística e Produção Executiva – Michele Carolina. Artistas Residentes – Luciana Belloli Michele Carolina, Rúbia Braga e Vitória Savini [dança], Jovem Palerosi [música], Inês Bonduki [fotografia e arquitetura], Bibi Fragelli [figurino], Jane de Oliveira [textos] e Gideoni Júnior [audiovisual]. Assistente de Produção – Raissa Bagano.