Foto: laio Rocha – Inspiração
Dançar a partir das questões de fluxos migratórios e seus impactos na sociedade contemporânea norteia o novo espetáculo do Grupo Corpo Molde. Em DJOVENSKI, que estreia dia 14 de junho, sexta-feira, às 21h, no Teatro Alfredo Mesquita, os 12 bailarinos trazem ao palco a pluralidade cultural, a diversidade social e os desafios dos imigrantes e refugiados, além de uma reflexão sobre os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
DJOVENSKI integra o projeto FRONTEIRA – O dia que o mar definiu a liberdade contemplado pela 34ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo e comemora os 10 anos de trajetória do Grupo Corpo Molde com produção da MOVICENA Produções Artísticas. A montagem com direção e coreografia de Renan Marangoni faz apresentações no Teatro Alfredo Mesquita (14 a 16 de junho, sexta-feira e sábado, às 21h e domingo, às 19h), no Teatro Arthur Azevedo (27 a 30 de junho, quinta-feira a sábado, às 21h e domingo, às 19h) e Teatro Paulo Eiró (5 a 7 de julho, sexta-feira e sábado, às 21h e domingo, às 19h).
Para a temporada de DJOVENSKI as bailarinas Martina Celedon, da Argentina e Jazu Weda, do Haiti, se juntam ao espetáculo após participarem da Residência Artística promovida pelo Grupo Corpo Molde no Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI Oriana Jara) no centro de São Paulo. O elenco se completa com Ana Paula Carmo, Bruno Faowmanma, Cecília Lessa, Luiz Ragusa, Gabriel Madrigrano, Kali Silva, Sabrina Menez, Tatiane Santos, Yuri Nascimento e Bofory Camara, bailarina imigrante da Guiné.
Dança humanitária
No palco, os 12 bailarinos apresentam sete cenas em uma composição coreográfica que retrata as instabilidades políticas, sociais e econômicas dos imigrantes e refugiados. Entre o caos e a humanidade, o espetáculo delineia os desafios das travessias, as reflexões sobre a construção dos direitos humanos e a sua efetivação e a busca pela dignidade da vida humana.
O diretor e coreógrafo Renan Marangoni, explica que DJOVENSKI finaliza a dramaturgia de pesquisa do Grupo Corpo Molde denominada dramaturgia de uma dança humanitária. “Essa pesquisa iniciada com Sapiens, espetáculo anterior do coletivo, aborda as questões das relações humanas e seus impactos na sociedade e traz para a cena a relevância da pluralidade encontrada por meio da dança, saberes e culturas em busca da construção do chão que a gente pisa”.
DJOVENSKI também é uma homenagem ao menino haitiano Djovenski de 8 anos, que morreu ao tentar “chegar nas Américas” junto com seu pai e irmã mais nova. Os irmãos foram alunos do diretor e coreógrafo Renan Marangoni na Associação Maria Flos Carmeli, rede socioassistencial e educacional, que o artista atua desde 2017 e que acolhe imigrantes, na Baixada do Glicério, em São Paulo.
“Em 2021, durante as flexibilizações da pandemia de COVID-19, tive o meu último encontro com ambos. No meio do mesmo ano recebi a informação que a família iria em busca de uma vida melhor e ao final do ano fui impactado com a notícia que apenas o pai e a irmã, conseguiram atravessar, via mar, o trajeto planejado. Djovenski, não conseguiu atravessar e acabou morrendo afogado”, conta Renan.
Exposição fotográfica
Com trilha sonora de Rubens Oliveira Martins, o espetáculo conta com a música Casa Sã, do grupo Clarianas, que liberou a utilização da canção para a montagem. A cenografia, assinada por Rager Luan, vai se modificando durante as sete cenas da coreografia formando diferentes desenhos. Os figurinos de Guilherme Santos [Pimzera] apresentam várias linhas em uma alusão as barreiras que os imigrantes e refugiados precisam transpassar. A iluminação fica a cargo de Kenny Rogers.
Durante as apresentações, o público poderá conferir a exposição fotográfica O que importa é o que fica, que mostra os aspectos de pesquisa e criação artística da companhia durante os seus 10 anos de trajetória. Com curadoria da fotógrafa Dani Agostini a partir do acervo do Portal MUD, a exposição tem cenografia de Rager Luan e traz aos visitantes a possibilidade de uma experiência continuada em outras plataformas digitais.
Em julho o Grupo Corpo Molde também irá lançar o documentário processual FRONT, compartilhando os contextos de composição de pesquisa e criação técnica do espetáculo DJOVENSKI.
Sobre o Grupo Corpo Molde
O Grupo Corpo Molde nasceu em 2013 dentro do território do Campo Limpo localizado na Zona Sul de São Paulo, através do bailarino Renan Marangoni. Desde então já realizou mais de 160 ações em sua maioria nas periferias da Zona Sul da capital paulista impactando cerca de oito mil pessoas. O grupo possui em sua essência a iniciação de jovens na linguagem artística da dança, pelo qual os intérpretes-criadores, passam por diversas aulas em seu processo de formação. Ao decorrer dos anos o grupo realizou a montagem de seis espetáculos e várias ações artísticas. No ano de 2015 foi contemplado pelo Edital VAI-I com o projeto Expansão Corpo Molde e no ano de 2016, foi contemplado pelo edital VAI-II, pelo projeto Ausência. Em 2020 realizou diversas iniciativas em suas redes sociais durante o período da pandemia e isolamento social, como entrevistas com personalidades da Dança de São Paulo e do Rio de Janeiro, debates sobre a importância da luta feminina e cursos de capacitação para produtores e trabalhadores do setor cultural e de dança com aulas teóricas e práticas. No ano seguinte circulou por diferentes espaços culturais de São Paulo com o espetáculo Bambaquerê, primeira montagem do coletivo para o público infantil. Em 2022 o grupo estreia Sapiens, que busca refletir sobre o termo “sapiens”, que deriva do latim “homem sábio” levando em consideração a sociedade atual da qual o homem sobrevive sobre a falsa ideia de sabedoria. No mesmo ano, abre sua sede, a Casa CM, localizada na Vila Prudente, zona leste da capital paulista, com sala de ensaio (6m x 4m), equipamentos e biblioteca com mais de 202 obras literárias de diversas vertentes, inclusive de pesquisas em dança e 30 documentários que permeiam a preservação da memória da dança.
Facebook e Instagram – @corpomolde.
Serviço:
DJOVENSKI
Grupo Corpo Molde
De 14 a 16 de junho, sexta-feira e sábado, às 21h e domingo, às 19h.
Teatro Alfredo Mesquita – Av. Santos Dumont, 1770 – Santana, São Paulo.
De 27 a 30 de junho, quinta-feira a sábado, às 21h e domingo, às 19h.
Teatro Arthur Azevedo – Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca, São Paulo.
De 5 a 7 de julho, sexta-feira e sábado, às 21h e domingo, às 19h.
Teatro Paulo Eiró – Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro, São Paulo.
50 minutos | Livre | Gratuito.
Ficha Técnica:
Direção Artística e Coreografia – Renan Marangoni. Elenco – Ana Paula Carmo, Bruno Faowmanma, Bofory Camara, Cecília Lessa, Luiz Ragusa, Gabriel Madrigrano, Jazu Weda, Kali Silva, Martina Celedon, Sabrina Menez, Tatiane Santos e Yuri Nascimento. Assistente de Direção – Tati Santos. Ensaiador – Rodrigo Cândido. Cenografia – Rager Luan. Iluminação – Kenny Rogers. Assistente de Cenografia e Iluminação – Tatiane Santos. Figurino – Guilherme Santos. Modelagem e Costura – Sabrina Rodrigues. Assistente de Produção Figurino – Jurema. Maquiagem e Visagismo – Pâmella Sgarbi. Criação e Concepção Trilha Sonora – Rubens Oliveira Martins. Composição – Amanda Temponi. Músicos – Rogério Clementino (contrabaixo), Nicholas Maia (piano), Franci Oliver e Bruno Faowmana (percussão), Léo Brandão (sopros), Kali Silva, Amanda Temponi e Jazu Weda (vozes). Trilha Bônus Convidada – Casa Sã, das Clarianas. Técnica de Som – Kawany Lanai. Produção Geral e Administrativa – Rafael Petri (MoviCena Produções Artísticas). Produção Executiva – Amanda Chaptiska. Assistente de Produção e Social Media – Ane Caroline Matos. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Fotografia – Laio Rocha. Concepção Textual – Grupo Corpo Molde. Formadores Convidados – Cris Yonezaki (Facilitadora Emocional), Jakeline Lima (Provocação Cênica), Leonora Braz (Interpretação), Gabriel Madrigrano (Técnicas Circenses) e Vivian Maria (Intérprete de Libras). Parceria – Inspiração 6, Com.muns e CRAI Oriana Jara e Secretaria dos Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo. Realização – Grupo Corpo Molde, Cooperativa Paulista de Dança e Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo.