Foto/Crédito: IraBarillo
A fusão entre teatro, dança e música dá o tom de ‘Vinte!’, espetáculo escrito por Tainah Longras e dirigido por Mauricio Lima, que estreia no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) em 13 de março de 2025. A temporada acontece no Teatro III, com apresentações de quinta a domingo – quinta, sexta e sábado às 19h; domingo às 18h – até 6 de abril.
A montagem propõe uma revisitação ficcional dos movimentos artísticos negros dos anos 1920 no Brasil, em diálogo com a cidade do Rio, as artes e suas camadas de tempo. Partindo de uma crítica à peça Tudo Preto (1926), da Companhia Negra de Revistas, a obra reconstrói narrativas sob uma perspectiva negra e contemporânea.
O Harlem Renaissance, movimento cultural e intelectual que floresceu na comunidade negra de Nova York na mesma época, serviu como ponto de partida da pesquisa. “É a abertura para toda a investigação e fonte de muitas elaborações importantes para a peça”, explica Longras, que está em cena ao lado de AfroFlor, Felipe Oládélè e Muato. A pesquisa levou à Companhia Negra de Revistas, grupo que reuniu nomes como Pixinguinha e De Chocolat e marcou a história do teatro musical negro brasileiro. “Esses artistas e suas histórias são nossos maiores pontos de conexão com o Rio dos anos 1920”, destaca a dramaturga.
No palco – ou melhor, no espaço cênico que dissolve as fronteiras entre artistas e público – a palavra ganha múltiplas formas: falada, cantada, dançada, inventada. “A encenação parte de uma relação radical dos atores com a palavra. Isso não significa que exista uma hierarquia entre as linguagens. O teatro, a dança e a música dialogam de forma orgânica, compondo uma cena que se constrói numa perspectiva filosófica afroindígena não linear do tempo e, consequentemente, da História”, explica o diretor. O espetáculo aposta em uma experimentação cênica e sonora inspirada no choro, jazz e samba, ritmos fundamentais na identidade cultural negra.
A direção musical é de Muato, com direção de movimento de Romulo Galvão, direção de arte de Júlia Vicente, direção de produção de Bem Medeiros e iluminação de Dadado de Freitas.
Sinopse
Vinte! é uma reivindicação ficcional da memória dos movimentos artísticos negros dos anos 1920 no Brasil. A partir de uma crítica à peça Tudo Preto (1926), da Companhia Negra de Revistas, a peça constrói uma relação poética com a cidade do Rio, com as artes e com o tempo, sob uma perspectiva negra e contemporânea.
Ficha Técnica
Idealização e Texto: Tainah Longras
Dramaturgia: Mauricio Lima e Tainah Longras
Direção: Mauricio Lima
Assistência de Direção: Juliane Cruz
Elenco: AfroFlor, Felipe Oládélè, Muato e Tainah Longras
Interlocução de direção: Ana Kfouri
Interlocução teórica: Olívia Burzlaff
Direção de Produção: Bem Medeiros
Produção Executiva: Matheus Ribeiro
Direção Musical: Muato
Direção de movimento: Rômulo Galvão
Direção de arte: Júlia Vicente
Iluminação: Dadado de Freitas
Assistência de iluminação e Operação de luz: Tayná Maciel
Montagem de luz: Hud Figueiredo
Operação e montagem de som: Bob Reis
Assistente de cenografia: Evelyn Fernandes
Fotografia: Íra Barillo
Vídeo, Design e Social Media: Rodrigo Menezes
Visagismo para sessão de fotos: Thiogo Andrade
Costureiras: Lisete Alves e Ana Vita
Captação de Parcerias: Renata Leite
Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues/ Aquela Que Divulga
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil e L&B Produções Culturais
Este projeto foi fomentado pelo PROGRAMA FUNARTE RETOMADA 2023 – TEATRO
Tainah Longras – autora, dramaturga e atriz
Tainah Longras é atriz, diretora, preparadora de atores e curadora independente. Fez a formação profissional na Casa das Artes de Laranjeiras, estudou Letras na UFRJ e Dança na Angel Vianna. Dirigiu com Felipe Vidal, a peça-palestra “O Museu sem fim de 1976”, de Daniele Ávila Small. Seus trabalhos mais recentes como atriz no teatro são Catarse – uma para-ópera em 2018; Há mais futuro que passado, em 2017-2022, com o qual fez duas temporadas no Rio de Janeiro, participou de Festivais Internacionais em São Paulo, Brasília e Cidade do Porto (Portugal); e Revenguê, em 2021, projeto de áudio-dramaturgia disponível no spotify. Compôs a curadoria do Festival às Escuras – primeiro festival de artes performáticas negras lgbtia+ online realizado pelo Pandêmica Coletivo de Criação em setembro de 2020. Como assistente de direção trabalhou na peça “Uma frase para minha mãe”, de Christian Prigent, com direção e atuação de Ana Kfouri em 2018- 2020 com quem vem desenvolvendo parceria em artes da cena, audiovisual e ensino ao longo de 8 anos. Na televisão fez preparação de atores na série “Desalma” e na série “Vicky e a Musa”, ambas da Globoplay.
Mauricio Lima – direção e dramaturgia
Mauricio Lima é ator e performer formado pela Escola de Teatro Martins Pena e graduando do curso de Teoria da Dança, UFRJ. Em seu trabalho autoral tensiona as questões ético-estéticas relacionadas às negritudes contemporâneas latino-americanas, suas identidades e ancestralidades. Está indicado ao prêmio Shell 2025 nas categorias de melhor direção e melhor dramaturgia pelo espetáculo “Arqueologias do Futuro”, ao lado de Dadado de Freitas. Foi artista contemplado no programa NEXT GENERATION da fundação holandesa Prince Claus Fund, criando a obra transdisciplinar Museu dos Meninos – obra-museu composta por uma série de ações no audiovisual e nas artes cênicas e visuais, a partir de depoimentos e memórias de homens negros moradores do Complexo do Alemão, território de origem do artista, investigando processos de inscrição, preservação e invenção de memória. É diretor artístico e curador do Festival às Escuras, mostra de artes cênicas voltada para artistas negres e LGBTQIA+, com realização do Pandêmica Coletivo Temporário de Criação, do qual faz parte. Integra a cia carioca Teatro de Extremos e o coletivo de performance Líquida Ação.
Sobre o CCBB RJ
Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo que você imaginar.
Serviço:
Vinte!
Temporada: 13 de março a 06 de abril de 2025
Quando: quinta a sábado, às 19h; domingo, às 18h
Duração: 100 min
Classificação: 12 anos
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (Meia) – disponíveis na bilheteria física ou no site do CCBB (bb.com.br/cultura)
Estudantes, maiores de 65 anos e Clientes Ourocard pagam meia entrada
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro III
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Tel. (21) 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br
Informações sobre programação, acessibilidade, estacionamento e outros serviços: bb.com.br/cultura
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