MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo apresenta sua décima edição de 13 a 23 de março

Foto: “Réquiem” de Alejandro Ahmed
Crédito: © João Peralta

Um dos principais eventos de artes cênicas do país, a MITsp acontece de 13 a 23 de março e traz espetáculos com temas que questionam o olhar para o envelhecimento, perdas, migrações, violência, entre outros. A Mostra contempla a participação de artistas nacionais e internacionais nas atividades de seus quatro eixos principais: Mostra de Espetáculos, Ações Pedagógicas, Olhares Críticos e MITbr – Plataforma Brasil

A MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo realiza sua décima edição em 2025 entre os dias 13 e 23 de março, ocupando diversos espaços e teatros da cidade de São Paulo. A programação conta com uma abertura de processo e quatro espetáculos internacionais, uma estreia nacional, nove obras na MITbr – Plataforma Brasil, dois grupos convidados e uma diversa grade de oficinas, debates e conversas ao longo desses onze dias. O evento também homenageia o artista brasileiro Antonio Nóbrega. O espetáculo VAGABUNDUS, de Idio Chichava – com inspiração no ritual de dança do povo Makonde, que vive em Moçambique e países vizinhos – faz a abertura dia 13 de março, no Teatro do Sesi – SP (Av. Paulista, 1313, Jardins, São Paulo, SP).

Em 2025, a MITsp tem apresentação do Ministério da Cultura e Redecard, copatrocínio do IBT – Instituto Brasileiro de Teatro e apoio cultural La Serenissima e FUNARTE. A mostra tem correalização do Consulado Geral da França em São Paulo, Instituto Francês e Instituto Goethe. A realização do evento é da Olhares Instituto Cultural, ECUM Central de Produção, Itaú Cultural, Sesc SP, Sesi SP, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e Ministério da Cultura – Governo Federal. O projeto é incentivado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.

Ao celebrar a décima edição, os idealizadores da Mostra, Antonio Araujo (diretor artístico) e Guilherme Marques (diretor geral de produção) mantêm o propósito de trazer ao público obras com temas e linguagens inovadores e provocativos. A direção institucional fica a cargo do ator e gestor cultural Rafael Steinhauser.

A MITsp surgiu ocupando espaço deixado pelo fim do histórico festival de teatro criado e coordenado por Ruth Escobar. “Esse festival, durante anos, foi importante não apenas para a cena paulistana, mas porque se tornou referência para artistas, teóricos, pesquisadores e curadores de todo o país. Desde a primeira edição, nos inspiramos nessa potência de troca e discussões, trouxemos diretores/as, artistas, pesquisadores/as e pensadores/as de inúmeros países, a grande parte inéditos no Brasil, para apresentar ao público brasileiro”, afirma Araujo. 

Desde a primeira edição, em 2014, a MITsp já apresentou 179 espetáculos entre nacionais e internacionais, de 46 países, em 449 sessões, a um público aproximado de mais de 200 mil pessoas. As Ações Pedagógicas e os Olhares Críticos reuniram ao longo dos anos mais de 279 convidados, em 425 ações, entre oficinas, seminários, debates, entre outras, ocupando 51 espaços. 

No entanto, esta edição reflete um momento delicado: até agora, a programação de 2025 não conseguiu chegar a patamares anteriores e surge reduzida em cerca de 50% na grade internacional e 50% na MITbr, plataforma que agrega produções nacionais. 

Para Araujo e Marques, a viabilidade desta edição só foi possível pela permanência de parceiros e apoiadores contínuos desde a primeira edição, como o Itaú, Sesc SP e Secretaria Municipal de Cultura. “Só conseguimos trazer cerca de 180 obras, de meia centena de países, e quase 350 programadores de diversas nacionalidades porque acreditamos que São Paulo merece um lugar de destaque no mapa das artes cênicas. E desde o princípio tivemos ao nosso lado importantes patrocínios”, colocam.   

“É um momento de crise do setor e se reflete também nesta edição da MITsp. É uma crise nacional e falta uma política de continuidade nos financiamentos do setor cultural, que impossibilita o planejamento a longo prazo e nos mantém em constante estado de emergência na produção cultural“, reflete Guilherme Marques, responsável por captar parceiros para que a mostra se realize anualmente. Um dado interessante e recente apontado pelo Itaú Cultural mostra que a economia da cultura e das indústrias criativas (ECIC) representou 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020. ”Esse valor é superior ao PIB da indústria automotiva, que foi de 2,5%. Mas o setor cultural tem sido desconsiderado por políticas culturais”, conclui Guilherme. 

Parceria entre a MITsp e o SESI-SP

A área técnica de cultura do SESI-SP vem ao longo de seis décadas incentivando projetos artísticos grandiosos, acessíveis e gratuitos. Nesse sentido, a parceria com MITsp é um ótimo exemplo dessa postura, pois, ao mesmo tempo em que fomenta os mais diversos públicos, evidenciando a formação como parte constitutiva do seu DNA, incentiva e estimula produções contemporâneas, grupos e pensadores conectados às temáticas emergentes que permeiam a esfera internacional explicitando assim a missão fundamental do SESI: dinamizar as relações culturais da sociedade, produzindo e difundindo o que há de melhor na cena contemporânea.

Patronos

“Desde a primeira edição, em 2014, trabalhamos para que a MITsp seja independente. A falta de uma política de continuidade nos financiamentos do setor cultural impossibilita o planejamento a longo prazo e nos mantém em constante estado de emergência na produção cultural”, dizem os diretores. 

A Mostra, além da busca de novas parcerias institucionais, criou um programa de Patronos para pessoas físicas, que podem abater de seu Imposto de Renda parte da doação. “O formato de patronos, comum em outros países, é uma forma de conseguirmos outros modos de nos mantermos e, quem sabe, conseguirmos uma programação a médio prazo”, completam. 

Espetáculos internacionais

As obras até agora confirmadas para a MITsp mostram a fidelidade com o pensamento de manter o diálogo com questionamentos e provocações de nosso tempo. Os espetáculos trazem olhares sobre envelhecimento, perdas, desejos, migração e resistência. Com artistas reconhecidos em suas linguagens e trabalhos inéditos no Brasil, o teatro, a dança e a performance ocupam a cena nos espetáculos selecionados, alguns combinados à música. 

Artista em Foco deste ano é a coreógrafa e performer Nora Chipaumire, nascida no Zimbábue. Vencedora de quatro prêmios Bessie e do prêmio Trisha Mckenzie Memorial, a artista apresenta no Brasil dois trabalhos: Dambudzo, instalação inspirada pelos significados literais e filosóficos da palavra dambudzo – “problema” em xona, uma língua bantu –, além de evocar ideias de pensadores africanos como Dambudzo Marechera (1952-1987); e a abertura de processo intitulado acontinua – um obituário, um manual para uma vida vivida perseguindo a VIDA, feito a partir de um convite da MITsp. Nora buscou nesse work in progress o “agora” e o “vivo” como opções possíveis para a criação, em que as “experiências se tornam músculos, respiração, passos, arqueamento das costas, o conhecimento é compartilhado através da proximidade com outros corpos”, nas suas palavras. 

Mohamed El Khatib retorna à Mostra com um trabalho com oito idosos em cena, não-atores, moradores de casas de repouso, a maioria octogenários e nonagenários. A Vida Secreta dos Velhos é fruto de sua pesquisa nesses locais e questiona se o envelhecimento marca o fim do desejo sexual e desafia ideias formadas ao longo dos anos sobre a terceira idade. 

O coreógrafo moçambicano Idio Chichava traz para esta edição Vagabunduscom inspiração no ritual de dança do povo Makonde, que vive em Moçambique e países vizinhos. Os treze performers dançam e cantam músicas tradicionais e contemporâneas de seu país para abordar os processos migratórios e seus múltiplos significados pelo prisma do corpo. 

Da América do Sul, Gaivota, do diretor argentino Guillermo Cacace, passou por importantes festivais na França, Espanha, Holanda, e, no fim do ano passado, esteve em cartaz em Nova York. Vem conquistando críticas importantes com sua livre adaptação do dramaturgo Juan Ignacio Fernández para a obra do russo Anton Tchekhov (1860-1904). Ele traz cinco atrizes em cena, sentadas ao redor de uma mesa revelando, de forma íntima,  histórias de amores não correspondidos, de sonhos que se despedaçam ao serem realizados e dores que se acumulam.  

MITbr – Plataforma Brasil 

Criada em 2018 como um dos eixos da MITsp, a MITbr – Plataforma Brasil promove a internacionalização das artes cênicas brasileiras. A cada edição, curadores independentes selecionam projetos de teatro, dança e performance, destacando a diversidade regional e temas urgentes. Este ano, a curadoria de Ave Terrena, Kenia Dias e Jay Pather escolheu trabalhos de vários estados, evidenciando a diversidade e excelência da cena brasileira.

A MITbr – Plataforma Brasil selecionou para esta décima edição da MITsp os seguintes trabalhos: Repertório nº 3de Davi Pontes e Wallace Ferreira (RJ); Baculejo, doColetivo Riddims | Encante Território Criativo (CE); Quadra 16, de Cris Moreira (MG); Parto Pavilhão, de Aysha Nascimento, Jhonny Salaberg e Naruna Costa; Graça, do grupo Girandança (RN); Desmonte, do Grupo Girino (MG); Língua, de Vinicius Arneiro (RJ);  A Última Ceia, do Grupo Mexa; Eu tenho uma história que se parece com a minha, de Tetembua Dandara. 

Wallace Ferreira será o Artista em Foco desta edição da MITbr. Também conhecida como Patfudyda, é coreógrafa, performer e artista visual. Formada pela Escola Livre de Artes da Maré e pela EAV Parque Lage, venceu os prêmios ImPulsTanz – Prêmio Jovens Coreógrafos (2022) e FOCO ArtRio (2024). Nesta edição, além de se apresentar ao lado de Davi Pontes, também dará uma oficina.  

Homenagem

Este ano, a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo homenageia o multiartista brasileiro Antonio Nóbrega. Nascido no Recife, ele integrou, a convite do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna (1927-2014), o grupo de música instrumental Quinteto Armorial. Ao longo de sua carreira, recebeu diversos prêmios, como o Shell de Teatro, o APCA e o Conrado Wessel. Em 1992, fundou o Instituto Brincante ao lado da esposa, a atriz e bailarina Rosane Almeida. Nesta edição, apresenta Mestiço Florilégio, trabalho multidisciplinar assinado por ambos, que reúne canções, interpretações instrumentais, cenas teatrais, cinematografia e coreografias criadas e interpretadas pela dupla ao longo de 40 anos dedicados à cultura popular brasileira.

Grupos convidados

A décima edição apresenta dois trabalhos convidados que fazem parte da mostra periférica: tReta, uma invasão performática, do Original Bomber Crew (PI) e Reset Brasil, do grupo Estopô Balaio (SP).

Performance convidada

Cosmopercepções da Floresta é um encontro das culturas indígenas na Amazônia (Tukano e Uitoto), Mata Atlântica (Tupinambá, Guarani e Maxacali) e território Sápmi na Finlândia (Sami), que se dá a partir do corpo e da música e sua importância para esses diversos entendimentos de mundo. Trabalho de João Paulo Lima Barreto, Sandra Nanayna, Larissa Ye’padiho Mota Duarte (Tukano), Anita Ekman e Renata Tupinambá em colaboração com Sunna Nousuniemi.

Estreia Nacional

O coreógrafo Alejandro Ahmed apresenta um novo trabalho com o Balé da Cidade de São Paulo, companhia do qual é diretor artístico, Réquiem SPem parceria com outros corpos estáveis do Theatro Municipal, a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Paulistano, sob regência de Maíra Ferreira, com composições do romeno György Ligeti e do músico eletrônico canadense Venetian Snares (Aeron Funk).

Internacionalização das artes cênicas brasileiras

A primeira edição da MITbr – Plataforma Brasil aconteceu em 2018, com esforço dos diretores Antonio Araujo e Guilherme Marques para criar um projeto de internacionalização das artes cênicas brasileiras, a partir de uma série de ações pedagógicas e reflexivas, como o Seminário de Internacionalização das Artes Cênicas Brasileiras e workshop de capacitação e produção com artistas e produtores locais, para garantir uma estrutura capaz de levar adiante os artistas brasileiros.

“O mercado internacional é muito bem estruturado e demanda do profissional, para além de ter um bom trabalho a oferecer, um domínio das formas de negociação e interlocução para que os trabalhos certos possam chegar aos programadores certos. Por isso, sabíamos, desde o início, que era fundamental, além de apresentar um showcase com artistas brasileiros, ter outras atividades de formação e reflexão. A figura do agente-difusor é uma função central no mercado internacional, mas praticamente inexistente no Brasil”, afirma Guilherme Marques.

Ações Pedagógicas e Olhares Críticos

No eixo de Ações Pedagógicas, a curadoria de Alexandra G. Dumas, professora e pesquisadora em Teatro, traz atividades com artistas da Mostra e outros convidados/as. São oficinas, rodas de conversa e trocas de experiências realizadas de forma gratuita para o público. 

Olhares Críticos, com curadoria da pesquisadora, transfeminista e escritora Helena Vieira  apresenta uma programação com possibilidades e desafios para o futuro do teatro e do nosso tempo. Para tanto, a programação conta com encontros e conversas com convidados de visões plurais e complementares. 

Cartografias

Para a décima edição, entre as atividades planejadas, haverá o novo número de Cartografias,  catálogo com cerca de 300 páginas, cujo conteúdo traz ensaios, entrevistas e artigos de pensadores/as, artistas e acadêmicos/as sobre cena teatral. Cartografias é editado pelo  jornalista, professor e pesquisador da ECA-USP Ferdinando Martins

Eixo Mostra de Espetáculos – Internacionais

Dambudzo
Nora Chipaumire | 105 min | 12 anos  
Sesc Pompeia (Galpão) | 14 e 15/3 sexta e sábado 19h | 16/3 domingo 18h | 18 e 19/3 terça e quarta 19h

SINOPSE

Combinando som, pintura, escultura e performatividade, a obra de Nora Chipaumire, artista do Zimbábue, dá sequência à sua pesquisa sobre a dissonância entre conhecimento e linguagem e explora o potencial revolucionário da performance, ao mesmo tempo que confronta legados coloniais. A instalação é inspirada pelos significados literais e filosóficos da palavra dambudzo – “problema” em xona, uma língua bantu –, além de evocar ideias de pensadores africanos como Dambudzo Marechera (1952-1987). O público é convidado a acompanhar múltiplas ações pelo espaço, que recria a atmosfera dos shebeens de Zimbábue, bares informais montados em casas onde possibilidades de resistência e insurreição são traçadas diante dos poderes políticos.

Gaivota
Guillermo Cacace | 90 min | 16 anos 
Cúpula do Theatro Municipal | 15 e 16/3 sábado e domingo 17h | 17 e 18/3 segunda e terça 19h

SINOPSE

Nesta livre adaptação de A Gaivota, do dramaturgo russo Anton Tchekhov (1860-1904), cinco atrizes, sentadas ao redor de uma mesa, interpretam de forma íntima e visceral os personagens principais da obra. O diretor argentino Guillermo Cacace buscou identificar o trágico neles, trazendo o cerne das cenas e incorporando a passagem do tempo na cadência e no ritmo dos diálogos. As intérpretes representam Arkadina, Kostia, Nina, Trigorin e Masha. É o olhar dessa última que nos guia: na versão, com dramaturgia de Juan Ignacio Fernández, cabe a Masha tentar juntar os fragmentos dessa história de amores não correspondidos, de sonhos que se despedaçam ao serem realizados e da dor que se acumula ao longo dos anos. 

A Vida Secreta dos Velhos
Mohamed El Khatib | 70 min | 16 anos 
Sesc Vila Mariana |21 e 22/3 sexta e sábado 20h | 23/3 domingo 18h 

SINOPSE

Questionando se o envelhecimento marca o fim do desejo sexual ou de viver um novo amor, a obra documental do encenador Mohamed El Khatib desafia ideias preconcebidas sobre a terceira idade. Fruto de uma série de entrevistas realizadas pelo artista em casas de repouso na França, o espetáculo constroi um retrato plural e lúcido sobre a reinvenção da sexualidade na velhice, com seus ritmos e tempos próprios. Em cena, oito idosos confidenciam suas intimidades, refletem sobre experiências amorosas do passado e do presente e mostram que o desejo sexual pode se manter inversamente proporcional à fragilidade de seus corpos e às expectativas da sociedade. 

Vagabundus

Idio Chichava |  70 min | 10 anos 
Teatro do SESI-SP | 13/3 quinta [abertura para convidados] | 14 e 15/3 sexta e sábado 20h 

SINOPSE

O coreógrafo moçambicano Idio Chichava aborda os processos migratórios e seus múltiplos significados pelo prisma do corpo. Inspirados pelo ritual de dança do povo Makonde, que vive em Moçambique e países vizinhos, treze performers dançam e cantam músicas tradicionais e contemporâneas de seu país, além de canções gospel e motivos barrocos. O espetáculo traça um caminho em direção a um corpo que assume a plena expressão de sua existência e da sinergia com o outro ao cantar e dançar simultaneamente. Retratando a migração como uma jornada emocional, espiritual e coletiva, Chichava cria uma performance com uma poderosa carga energética – tão pessoal quanto universal. 

  • Abertura de processo internacional

acontinua – um obituário, um manual para uma vida vivida perseguindo a VIDA
Nora Chipaumire | 60 min | Livre
Sesc Pompeia (Galpão) | 21 e 22/3 sexta e sábado 19h | 23/3 domingo 17h

SINOPSE

Nora Chipaumire apresenta a abertura de processo de seu novo trabalho, nascido de um convite da MITsp para que a artista zimbabuana revisitasse sua trajetória e apresentasse três obras de momentos diferentes de sua carreira. No entanto, dada a dificuldade de retomar trabalhos antigos e também a recusa da artista em participar de retrospectivas, Nora buscou nesse work in progress o “agora” e o “vivo” como opções possíveis para a criação. Segundo ela, “à medida que todas as nossas experiências se tornam músculos, respiração, passos, arqueamento das costas, o conhecimento é compartilhado através da proximidade com outros corpos”. A palavra acontinua é uma celebração ao trabalho ininterrupto do ensaísta e curador André Lepecki com coreografias libertárias, assim como a dedicação pessoal da artista aos pensamentos do líder revolucionário moçambicano Eduardo Mondlane (1920-1969), aos zapatistas e a todas as mulheres anônimas sem as quais a mudança seria impossível. 

Eixo MITbr – Plataforma Brasil

Baculejo
Coletivo Riddims| Encante Território Criativo | Fortaleza (CE) | 60 min | 14 anos
Mezanino do SESI-SP | 22 e 23/3 sábado e domingo 15h e 19h

SINOPSE – Utilizando a festa e as poéticas periféricas como dispositivos de pesquisa, o espetáculo do coletivo cearense Riddims tensiona momentos de celebração e enfrentamento. Por meio da dança e de cânticos, os artistas refletem sobre suas ancestralidades e identidades, traçando paralelos entre as práticas espirituais afro-indígenas e os movimentos de resistência da periferia. Aproximando o sagrado e o profano, o cômico e o trágico, a obra subverte a truculência da lógica colonial para manter vivo o ato de sonhar. 

Desmonte
Grupo Girino | Belo Horizonte (MG) | 50 min | 16 anos
Teatro Cacilda Becker, 18 e 19/3, terça e quarta, às 18h

SINOPSE – O espetáculo é inspirado nos rompimentos de barragens nas cidades mineiras de Brumadinho e Mariana. A dramaturgia percorre narrativas de personagens silenciados pelo cenário de morte e destruição causado pela mineração, vítimas diretas e indiretas do maior crime ambiental do país. A montagem do Grupo Girino envolve um processo de pesquisa e experimentação multidisciplinar em diálogo com o teatro visual, miniaturas e técnicas do live cinema.

Eu tenho uma história que se parece com a minha
Tetembua Dandara | São Paulo (SP) | 120 min | Livre (crianças são bem-vindas ou de 0 a 96 anos)
Centro Cultural São Paulo, 21 e 22/3, sexta e sábado, 19h 

SINOPSE – A obra atravessa diferentes gerações da família da artista Tetembua Dandara. Ativada pelo encontro da performer e sua avó, Dirce Poli, com intervenções de sua mãe, Neuza Poli, e de sua irmã, Mafoane Odara. A instalação convida o público a adentrar um espaço que remete a uma sala de vó, a um quintal ou mesmo a uma festa dos anos 1990. Ali, narrativas são reconstruídas pelas vozes, sabores e olhares dos presentes, que podem transitar pelo espaço e pelas histórias por quanto tempo desejarem. O trabalho teve como ponto de partida o livro fotográfico homônimo idealizado pela performer, que traz espaços em branco (e preto), estabelecendo um diálogo de imagens e poucas palavras.

Graça

Giradança | Natal (RN) | 50 min | 18 anos
Centro Cultural São Paulo – CCSP | 19 e 20/3 quarta e quinta 19h

SINOPSE – Corpos reais, divinos e fictícios transbordam em situações que desafiam arquétipos de beleza, fertilidade e êxtase. Nesta obra, fruto do encontro entre a companhia Giradança e a coreógrafa Elisabete Finger, três performers acumulam um repertório de posturas e padrões corporais familiares e desconhecidos dispostos em uma estrutura coreográfica circular. Operando entre continuidade e dissolução, a peça escava camadas de erotismo enterradas sob histórias e mitologias, certezas e suposições.

Língua

Vinicius Arneiro | Rio de Janeiro (RJ) | 75 min | 14 anos
Itaú Cultural, 22/3, sábado, 21H, 23/3, domingo, 19H 

SINOPSE – A narrativa da peça foi criada em português e em Libras. Nela, uma mãe prepara uma festa de aniversário surpresa para seu filho, um taxista surdo que cresceu rodeado de pessoas ouvintes. O encontro reúne um pequeno grupo de amigos do rapaz evidenciando os afetos, mas também os dilemas e as diferenças culturais entre eles. O espetáculo, segundo projeto dirigido pelo artista carioca Vinicius Arneiro dedicado a investigar os paradoxos entre a cultura surda e a sociedade, propõe uma reflexão sobre os novos rumos nas práticas de acessibilidade, abordando a questão da convivência e da comunicação, através do descompasso entre aquilo que se sente e a inabilidade ao dizê-lo.

Parto Pavilhão

Aysha Nascimento, Jhonny Salaberg e Naruna Costa | São Paulo (SP) | 60 min | 14 anos
Itaú Cultural | 19 e 20/3 quarta e quinta 21h

SINOPSE – O monólogo discute o encarceramento de mulheres negras e mães no Brasil a partir da perspectiva de Rose, ex-técnica de enfermagem e detenta em uma penitenciária provisória para mães. Ela passa os dias ajudando nos serviços de parto e cuidados com os filhos, até que, durante um jogo da seleção brasileira, vê a chance de organizar uma fuga. Com nuances de realismo fantástico, o trabalho, com atuação de Aysha Nascimento, direção de Naruna Costa e dramaturgia de Jhonny Salaberg, é livremente inspirado na fuga de um grupo de presas, com seus bebês no colo, do Centro de Progressão Penitenciária do Butantã, em 2009.

Quadra 16
Cris Moreira | Belo Horizonte (MG) | 70 min | 14 anos
Biblioteca Mário de Andrade | 20 e 21/3 quinta e sexta 17h | 22/3 sábado 16h

SINOPSE – Em 2008, Cris Moreira deu à luz a gêmeos e perdeu um dos filhos, Francisco, com apenas dois dias de vida. Nesta palestra-performance, a artista mineira utiliza dispositivos documentais e audiovisuais para reviver o próprio luto e abordar a invisibilização da dor numa sociedade que trata a gravidez como pública, mas a perda da criança como algo privado. Questionando quem quer ouvir uma mãe que fala sobre a morte, a obra amplia o debate sobre a maternidade e a solidão em torno do luto parental. 

Repertório N. 3
Davi Pontes e Wallace Ferreira | Rio de Janeiro (RJ) | 45 min | 18 anos
Centro Cultural São Paulo – CCSP | 19 e 20 quarta e quinta 20h

SINOPSE – O espetáculo é a última parte de uma trilogia de práticas coreográficas iniciada em 2018 pelos artistas cariocas Davi Pontes e Wallace Ferreira. A partir de estudos pós-coloniais de gênero e raça, a dupla questiona como criar uma dança de autodefesa, compreendida como uma elaboração tática para confrontar violências físicas, imaginárias e epistemológicas. A ideia é coreografar resistências singulares para corpos dissidentes e proporcionar seus modos de permanência no mundo. Para isso, o trabalho utiliza estratégias como a mimese e a pose, criando um jogo de significados que sobrepõe tempos e imagens.

A Última Ceia
Grupo MEXA | São Paulo (SP) | 90 min | Livre
Centro Cultural São Paulo, dia 22/3, Sábado, 20h; 23/3, domingo, 19h

SINOPSE – A peça-jantar do grupo MEXA parte do famoso quadro homônimo do pintor Leonardo da Vinci (1452-1519) e do acontecimento bíblico nele retratado para atualizar as ideias de morte e de ressurreição. Em cena, um grupo de pessoas se senta ao redor de uma mesa para sua última refeição. Trata-se de uma despedida: o grupo vai acabar. Brincando com os conceitos de verdade e ficção, a obra explora as vivências dos performers e questiona como criar uma imagem final que persista, ainda que aquele grupo de pessoas não exista mais. 

  • Artista homenageado

Mestiço Florilégio
Antonio Nóbrega e Rosane Almeida | 70 min | Livre
Teatro B32 | 17 e 18/3 segunda e terça 21h – A sessão do dia 17/3 conta com Libras e audiodescrição.

SINOPSE – Os poetas românticos tinham o hábito de empregar as palavras florilégio e ramalhete com o significado de reunião ou antologia de poemas. O espetáculo multidisciplinar de Antonio Nóbrega e Rosane Almeida reúne canções, interpretações instrumentais, cenas teatrais, cinematografia e peças coreográficas criadas e interpretadas pela dupla de artistas ao longo de 40 anos de história artística focada na cultura popular brasileira. A obra revela que, no Brasil, o arcaico e o moderno podem se fundir por meio do exercício do princípio da complementaridade. O trabalho busca contribuir com uma visão não folclorizante da cultura popular brasileira e propor caminhos através dos quais ela possa dialogar com a cultura contemporânea.

  • Estreia nacional

Réquiem SP
Alejandro Ahmed | 60 min | 18 anos 
Theatro Municipal de São Paulo | 20/3 terça 20h | 23/3 domingo 17h

SINOPSE – O espetáculo estabelece um diálogo entre distintas linhagens de dança, como o balé, o jumpstyle e as danças urbanas populares. A proposta investiga de maneira provocativa as possibilidades de articulação entre corpos, contextos e manifestações culturais, destacando as dinâmicas e a singularidade de uma cidade como São Paulo. Criada, dirigida e coreografada por Alejandro Ahmed, a obra tem participação da Orquestra Sinfônica Municipal e do Coral Paulistano, sob regência de Maíra Ferreira, que interpretarão composições do romeno György Ligeti e do músico eletrônico canadense Venetian Snares (Aeron Funk).

  • Grupos convidados

Reset Brasil
Coletivo Estopô Balaio | São Paulo (SP) | 240 min | 10 anos
Estação Brás do Metrô | 22 e 23/3 sábado e domingo 15h

SINOPSE – O público é convidado a sonhar rotas de fuga para o Brasil neste espetáculo itinerante do Coletivo Estopô Balaio. Ao embarcar no trem, rumo a São Miguel Paulista, bairro da zona leste de São Paulo, onde ocorreu uma importante resistência indígena no período colonial, mergulha em um transe: o Brasil sumiu do mapa. Ao desembarcar, descobre-se que o antigo aldeamento de Ururay resiste e planeja um novo cerco contra a colonização. Os moradores, as crianças e os artistas vão se revelando a partir de suas ancestralidades: indígenas vindos de África, de Abya Yala, benzedeiras, pajés, nordestinos. Para que Ururay viva, São Paulo deve morrer. Nesse contra-feitiço, o público é convocado a sonhar um novo mundo e São Miguel de Ururay tem vocação para isso: é um bairro dormitório.

tReta, uma invasão performática
Original Bomber Crew | Teresina (PI) | 60 min | 16 anos
Centro Cultural São Paulo – CCSP | 19 e 20/3 quarta e quinta 19h

SINOPSE – A obra é um conflito, uma explosão, um ato premeditado para envolver o outro. As várias “tretas” vivenciadas diariamente por cada um foram a base de trabalho do grupo Original Bomber Crew. “Tretas” do vizinho, do planalto, do colonialismo, do patriarcado, da batalha de breaking. O grupo ressignifica espaços como a juventude periferizada ocupa as ruas, e performa junto ao público numa ambiência sensorial metálica, densa e urbana. A “dança-quebrada”, como estes artistas chamam a transfiguração de suas realidades através do hip hop e arte contemporânea, surge como estratégia poética de existência, apesar de toda a descartabilidade investida socialmente sobre seus corpos.

  • Performance convidada

Cosmopercepções da Floresta
João Paulo Lima Barreto, Sandra Nanayna, Larissa Ye’padiho Mota Duarte (Tukano), Anita Ekman e Renata Tupinambá em colaboração com Sunna Nousuniemi | 50 min | Livre
Centro Cultural São Paulo – CCSP | 21/3 sexta 20h

SINOPSE – A performance e imersão sonora tem como ponto de partida territórios indígenas e tradicionais na América do Sul e na Europa. Este encontro das culturas indígenas na Amazônia (Tukano e Uitoto), Mata Atlântica (Tupinambá, Guarani e Maxacali) e território Sápmi na Finlândia (Sami) se dá a partir do corpo e da música e sua importância para esses diversos entendimentos de mundo. As artistas propõem no palco um espaço imersivo que traz a música, o canto e a palavra falada como ligação entre as florestas tropicais da América do Sul à Floresta Boreal, na Europa, e convida o público a imaginar a existência de mundos matriarcais baseados no cuidado e na troca.

AÇÕES PEDAGÓGICAS

Com atividades que investigam modos de produzir e transmitir conhecimento, o eixo traz oficinas, conversas e trocas de experiências que convidam ao encontro e buscam tensionar outras perspectivas da linguagem teatral. 

Curadoria: Alexandra G. Dumas

  • OFICINA

Ensaios de Confrontos
16 de março, domingo, das 15h às 18h | Mezanino do SESI-SP | Gratuito | Inscrições via formulário, no site da MITsp, até 12/03.

Com Wallace Ferreira/Patfudyda

Guiada pelas pesquisas de criação que compõem o repertório da diretora, coreógrafa e performer Wallace Ferreira/Patfudyda, a oficina propõe uma investigação dos princípios históricos, estéticos e comunitários da cultura ballroom, além de estudos de imagens coreografadas por corpos dissidentes. Neste encontro, por meio de gestos e poses, a artista e os participantes elaboram resistências furtivas, conjuram modos de permanecer no mundo e buscam construir táticas para reivindicar espaços por meio da presença.

  • RODA DE CONVERSA

Percursos cênicos de poéticas negras
21 de março, sexta, das 18h às 19h30 | Itaú Cultural | Gratuito

Com Jéssica Nascimento Olaegbé e Lucelia Sergio. Medição Mônica Santana

As poéticas negras vêm se apresentando com força indiscutível no atual cenário teatral brasileiro, de forma que se torna imprescindível a sua presença em palcos e discussões no campo das culturas cênicas. Atentar-se para esse movimento passa, dentre outras questões, por articular percepções, tensões, pesquisas, críticas e criações. Para essa roda, que reúne três artistas, mulheres negras de destaque no cenário teatral nacional, a conversa já se inicia com o reconhecimento de seus passos históricos fincados no enfrentamento ao racismo, porém sem perder de vista a complexidade ontológica e, sobretudo, cênica do que vem a ser “negro” no chamado Teatro(s) Negro(s) da atualidade. O encontro evidencia os percursos trilhados por cada uma das convidadas em suas produções individuais e coletivas para fomentar o debate em torno da temática.

Interseções Cênicas
22 de março, sábado, das 10h às 12h | Biblioteca Mário de Andrade | Gratuito

Com Cris Moreira e Mônica Santana Mediação Jhonny Salaberg

Um encontro entre duas artistas que não se conhecem e nunca trabalharam juntas, mas que têm em comum a criação de obras artístico-literárias que tocam na temática do luto parental. Mônica Santana é baiana, performer, dramaturga e mulher negra que, no enfrentamento da morte de sua mãe, elaborou a escrita de Substantivo Luto. Já Cris Moreira é mineira, artista, performer e mulher não negra que perdeu um dos seus filhos gêmeos com poucos dias de nascido e, a partir dessa experiência, concebeu a palestra-performance Quadra 16, apresentada nesta edição da MITsp. Com mediação de Jhonny Salaberg, o Interseções Cênicas promove o diálogo entre ambas, suas construções criativas acerca da morte e do luto, suas possíveis aproximações e distanciamentos, e as dores e elaborações de curas.

Culturas cênicas e culturas (ditas) populares: diálogos, trocas e apropriações
20 de março, quinta, das 14h às 15h30 | Centro de Referência da Dança | Gratuito

Com Alexandra G. Dumas e Mestre Aguinaldo Silva. Mediação Rafael Galante

No Brasil, o teatro ocupa um espaço de centralidade no campo das culturas cênicas. Não é à toa que a historiografia hegemônica brasileira demarca o seu surgimento associando-o ao processo de catequização advindo do período da colonização. Porém, para além do teatro, são muitas as possibilidades de existência e criação cênicas, sendo muitas delas gestadas e paridas em processos de enfrentamento ao hegemônico colonizador. As culturas ditas populares de caráter cênico e diaspórico podem ser disparadoras para relevante debate acerca da sua resistência, mas também na ampliação crítica acerca da sua invisibilização, epistemicídio e apropriações dominadoras, até mesmo pelo próprio teatro. Como as artes cênicas e as artes, em geral, vêm dialogando com as chamadas culturas populares? O que vem sendo construído de possibilidades interativas e respeitosas nesse campo? Esses questionamentos irão fazer girar essa roda, movimentar essa conversa.

Oficina de Cavalo Marinho
20 de março, quinta, das 16h às 19h | Centro de Referência da Dança | Gratuito

Com Mestre Aguinaldo Silva

O Cavalo Marinho tem na sua história uma significativa construção estética de resistência. O seu encontro com as artes cênicas têm gerado experiências instigantes, inclusive experimentadas pelo próprio Mestre Aguinaldo Silva. Nesse encontro em formato de oficina, o mestre do Cavalo Marinho Estrela de Ouro irá compartilhar suas vivências, assim como promover o conhecimento básico sobre elementos que compõem essa relevante manifestação cultural afro-brasileira. Serão apresentadas as principais figuras como Mateus, Bastião e Ambrósio, figurinos, musicalidade, gestualidades e movimentações.

Brincando com Nóbrega – A cultura popular e a educação
19 de março, quarta, das 15h às 16h30 | Centro Cultural São Paulo – CCSP | Gratuito

O multiartista pernambucano Antonio Nóbrega, artista homenageado da 10ª edição da MITsp, procura mostrar neste encontro como a prática das representações simbólicas populares brasileiras de cantos, danças, formas poéticas e células rítmicas podem fornecer elementos para o desenvolvimento e aprimoramento da habilidade cognitiva. A ideia é mostrar como o exercício do lúdico na arte não dirige o pensamento em relação à escolha de valores, mas sim amplia os dispositivos para saber escolhê-los.

OLHARES CRÍTICOS

O eixo reflexivo da MITsp propõe uma discussão sobre as artes cênicas e a contemporaneidade a partir da realização de conversas com pensadores e pesquisadores de diferentes áreas, além da publicação de críticas, artigos e entrevistas. 

Curadoria: Helena Vieira.

  • REFLEXÕES ESTÉTICO-POLÍTICAS 

MESA: A Arte Como Lugar de Encontro
14 de março, sexta, das 18h às 19h30 | Itaú Cultural | Gratuito

Com Amara Moira, Edgar Kanaykõ Xakriabá e Erica Malunguinho 

A mesa propõe uma discussão sobre práticas artísticas que criam espaços de encontro entre diferentes corpos, territórios e estéticas, revelando as potencialidades transformadoras da arte contemporânea. 

RODA DE CONVERSA: Poéticas da Ruptura na Cena Contemporânea 
17 de março, segunda, das 15h às 16h30 | Goethe-Institut | Gratuito

Com Ave Terrena, Grace Passô, Maria Carolina Casati e Verónica Valenttino

O encontro busca estabelecer diálogos sobre práticas cênicas que desafiam paradigmas estéticos e políticos, propondo novas formas de criação. 

  • PENSAMENTO-EM-PROCESSO

Artistas e convidados de diferentes áreas do conhecimento se reúnem após as apresentações para dialogar junto ao público sobre os espetáculos. 

Corpo e Movimento: Expressões de Identidade e Resistência 
14 de março, sexta, após a apresentação de Vagabundus
Teatro do SESI-SP

Com Noá Bonoba, Idio Chichava e Jéssica Teixeira

Envelhecimento, Desejo e Arte: O Corpo Idoso Frente à Cena e ao Desejo
22 de março, sábado, após a apresentação de A Vida Secreta dos Velhos | Sesc Vila Mariana

Com João Silvério Trevisan e Mohamed El Khatib

  • ESPECIAL

MESA: MITsp – História e Perspectivas 
18 de março, terça, das 15h às 16h30 | Itaú Cultural | Gratuito

Com Antonio Araujo, Guilherme Marques e Maria Fernanda Vomero 

O encontro propõe uma reflexão sobre os 10 anos da MITsp, destacando conquistas, desafios e possibilidades futuras. Um debate sobre a importância do festival para as artes cênicas brasileiras e sua relevância internacional. 

  • PRÁTICA DA CRÍTICA

MESA: A Crítica em Tensão – Desafios no Contemporâneo 
19 de março, quarta, das 18h às 19h30 | Centro Cultural São Paulo | Gratuito

Com Silvana Garcia, Dione Carlos e Daniele Avila Small  

Reflexão sobre os desafios enfrentados pela crítica teatral e cultural em tempos de polarização, tensões políticas e transformações sociais. O debate aborda o papel da crítica como mediadora e como ela pode se manter relevante diante de novas estéticas e práticas artísticas. 

aula-magMa com Denise Ferreira da Silva
15 de março, sábado, das 15h às 17h | Teatro do Sesi | Gratuito

Uma das mais importantes pensadoras da atualidade, Denise Ferreira da Silva apresenta uma aula-magMa na 10ª MITsp. A filósofa e artista brasileira, que há quase 30 anos vive nos Estados Unidos, é professora na New York University e desenvolve em seu trabalho as interseções entre raça, poder e ética a partir de uma perspectiva feminista negra anticolonial.

  • ENCONTROS ARTISTA EM FOCO

A luta continua na contínua luta
17 de março, segunda, das 18h às 20h | Goethe-Institut | Gratuito

Com André Lepecki

Referência mundial em teoria da dança, o ensaísta e curador André Lepecki reflete neste encontro sobre o que tem chamado de não-tempo da luta, desta vez por via da dança e arte de Nora Chipaumire, artista em foco da 10ª edição da MITsp – mas ampliando a reflexão para considerar também demais artistas da dança e da performance. Que anti-lógica do movimento, que contra-lógica do tempo, emergem dessa estética combativa, simultaneamente guerreira e alegre, e que propõe, na adversidade tóxica das circunstâncias, uma renovada força coreopolítica para continuar a luta em curso, ou seja, a dança que importa?

Diálogos Indisciplinares
16 de março, domingo, após a apresentação de Dambudzo |Sesc Pompeia

Com Nora Chipaumire, Denise Ferreira da Silva e André Lepecki

Neste encontro, a filósofa e artista Denise Ferreira da Silva e o ensaísta e curador André Lepecki tecem junto à Nora Chipaumire interlocuções a respeito do trabalho da artista. Nascida no Zimbábue, nora é a artista em foco da 10ª edição da MITsp, na qual apresenta o espetáculo Dambudzo e a abertura de processo de acontinua – um obituário, um manual para uma vida vivida perseguindo a VIDA. A conversa não só amplia o diálogo sobre os trabalhos apresentados, como também propõe reflexões a respeito das dimensões política e estética da obra de nora e de sua trajetória. 

Processo em Movimento
23 de março, domingo, após a apresentação de acontinua – um obituário, um manual para uma vida vivida perseguindo a VIDA |Sesc Pompeia

Com Nora Chipaumire e Jay Pather

A artista Nora Chipaumire e o curador, escritor e coreógrafo Jay Pather se encontram para um bate-papo após a apresentação da abertura de processo do novo trabalho da artista, intitulado acontinua – um obituário, um manual para uma vida vivida perseguindo a VIDA. Jay, que há anos acompanha o trabalho de nora, articula junto a ela pensamentos e desdobramentos a respeito da nova obra e do processo criativo da artista. 

Serviço

MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – 10ª Edição
13 a 23 de março de 2025
Ingressos a partir de 24 de fevereiro em www.mitsp.org
Programação completa no site www.mitsp.org