Foto: Núcleo Ximbra
Crédito: Tiago Alexandre Santana
Idealizada pelo Coletivo Acuenda mostra apresenta uma
programação plural com espetáculos de teatro, dança, música
e contação de histórias de artistas da periferia e LGBTQIAPN+.
Evento também conta com a 10ª edição do Concurso Drag
D’água dedicado a Drags Veteranas na busca por enaltecer
e valorizar suas histórias e trajetórias artísticas
A terceira edição da MOSTRA ZLGBT+ promete agitar o Teatro Flávio Império na Zona Leste de São Paulo. Realizada de 18 a 21 de setembro pelo Coletivo Acuenda a mostra será palco de apresentações artísticas conectadas com a diversidade. Na ocasião também acontece a 10ª edição do Concurso Drag D’água voltada para as artistas com mais de cinco anos de carreira.
A programação gratuita começa no dia 18 de setembro, quarta-feira, às 18h30, com o espetáculo de dança Encantos Amazônicos, do Grupo Cultural Yandê Transpará, que apresenta ritmos, danças e coreografias típicas da Amazônia, como carimbó, lundu marajoara, dança do boto, Pretinha da Angola e dança da sereia. O espetáculo é acompanhado por uma banda (banjo, maracás, curimbó e flauta) que intercala danças e histórias sobre essas manifestações culturais.
No mesmo dia, às 19h30, 12 drags que invadem o teatro para mostrar suas visões de mundo através de performances no espetáculo O Grande Cabaret, da Cia Canastra. Com direção de Alexia Twister e Thelores, o grande cabaret pretende envolver o público, proporcionando mais do que um show do abrir das portas ao apagar das luzes.
Ana Cacimba faz um pocket show no dia 19 de setembro, quinta-feira, às 18h30. A cantora descendente quilombola explora, em suas músicas o universo dos Orixás e elementos da cultura popular brasileira com elementos da música pop. Na própria quinta-feira, às 19h30, o Núcleo Ximbra sobe ao palco com Um Dia a Gente se Mete a Besta Para Fazer Uma Massa. A coreografia do grupo de dança periférica contemporânea faz um paralelo com a ideia de massa, desde o concreto até o conceito de população.
Na sexta-feira, dia 20 de setembro, às 15h, a Drag Queen Helena Black realiza a contação de histórias A Princesa e a Costureira. Nesta experiência para todas as idades, Helena se transforma em fada madrinha e com suas peripécias e imaginação, ajuda a princesa Cíntia a perceber que o amor se encontra nos detalhes e nasce de onde sequer imaginamos. A história é contada utilizando mala, bonecas e objetos que se transformam no decorrer da narrativa e conta também com a interpretação em Libras.
O espetáculo teatral DESCAMINHOS – se você me vê, não sou eu, da Trupe em Trânsito, abre as atividades do sábado, dia 21 de setembro, às 15h. Na apresentação, sete figuras transitam entre o onírico e a vida ordinária e convidam o público a encontrar um caminho. Passam por encruzilhadas, sonhos, rios, planetas e pesadelos para acharem em comum onde pousar. Às 18h30 o Cortejo de Maracatu apresenta Sem Nome + Com Endereço ecoando o baque de seus tambores. No repertório toadas autorais do grupo e de nações de Pernambuco, além de outros ritmos da cultura popular junto com poesias e citações voltadas ao maracatu.
O encerramento da mostra acontece no próprio sábado a partir das 19h com a 10ª edição do Concurso Drag D’agua, dedicada para Drag Queens, Drag Kings e Atores Transformistas com carreira acima de cinco anos. A atividade é voltada para o desenvolvimento da descentralização da arte drag, fazendo com que os artistas tenham a oportunidade de mostrar o seu trabalho. O júri formado por Drag Queens de prestígio na cena brasileira analisará cinco quesitos: carisma, presença de palco, maquiagem, figurino e dublagem. O Concurso terá premiação em dinheiro para as três primeiras colocadas.
10 anos do Coletivo Acuenda
A terceira edição da MOSTRA ZLGBT+ integra a programação de comemoração de 10 anos do Coletivo Acuenda contemplada pela 8ª edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da Cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura. Formado por artistas moradores do Jardim Romano, bairro da Zona Leste de São Paulo, o Acuenda desenvolve diversas atividades acerca da temática LGBTQIAPN+, principalmente na sua sede, o Espaço Cultural Mansão das Queens.
David Costa (Warralla Blackberry), integrante do Coletivo Acuenda, enfatiza que realizar uma mostra de artes cênicas com artistas periféricos e LGBTQIAPN+ pelo terceiro ano consecutivo é um gesto de resistência e valorização cultural de enorme importância. “Essa continuidade demonstra um compromisso com a inclusão e a diversidade, dando voz e visibilidade a grupos que historicamente foram marginalizados e sub-representados nas artes. Além disso, ao proporcionar um palco para essas narrativas, a mostra desafia estereótipos e preconceitos, promovendo um diálogo mais amplo e inclusivo na sociedade.”
Já Bruno Fuziwara (Dhiana D’Agua), integrante fundador do Coletivo Acuenda, destaca que a mostra contribui para o fortalecimento das redes de apoio entre os artistas criando um ambiente de troca e colaboração que pode gerar novos projetos e parcerias. É uma celebração do talento, da criatividade e da resistência, reafirmando a importância de todos terem o direito de se expressar e ser representados nas artes cênicas. A continuidade do projeto serve como um exemplo do impacto transformador que a arte pode ter ao longo do tempo, não apenas na vida dos artistas envolvidos, mas também na formação de uma sociedade mais justa e equitativa.”
Sobre o Coletivo Acuenda
Formado por artistas moradores do Jardim Romano, extremo da Zona Leste de São Paulo, foi fundado em junho de 2014 a partir da ação cultural Cabaret D’água que surge com o desejo do grupo de se aproximar da comunidade, falar sobre questões LGBTQIA+ e trazer para o bairro o olhar para a diversidade e inclusão. O coletivo realiza também o concurso Drag D’água, que revela novos artistas e suas criatividades enquanto Drag Queen/Drag King. Em dezembro de 2015 e 2016, o coletivo realizou o Rolezinho Drag, uma ocupação artística no trem da Linha 12 Safira da CPTM, entre as estações do Brás e do Jardim Romano. Em 2017 estreou o seu primeiro espetáculo PERIFERIDA (que volta aos palcos em 2018 e estreia on-line em 2021). No ano seguinte o grupo recebe o Prêmio PapoMix da Diversidade na categoria Ativismos e Coletivos e em 2019 é contemplado na 4ª edição de Fomento à Cultura da Periferia da Cidade de São Paulo e Secretaria Municipal de Cultura, realizando a primeira mostra ZLGBT que reuniu artistas LGBTQIAPN+ da Zona Leste da capital paulista. Em 2020 o coletivo foi contemplado no Proac de Produção e Temporada de Espetáculos Inéditos de Teatro e em 2021 deu início a construção da dramaturgia do espetáculo on-line BRILHO E BATOM – Uma Vivência Editada, que surgiu do questionamento e investigação das pioneiras na arte Drag em São Paulo, os atores transformistas e sua relação com o envelhecimento em contraponto com a juventude atual.
Serviço:
MOSTRA ZLGBT+
18 a 21 de setembro.
Teatro Flávio Império – Rua Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaíba, São Paulo.
18 de setembro, quarta-feira
18h30
Encantos Amazônicos [dança]
Com o Grupo Cultural Yandê Transpará
60 minutos | Livre | Gratuito
19h30
O Grande Cabaret [teatro]
Com a Cia Canastra
70 minutos | Livre | Gratuito
19 de setembro, quinta-feira
18h30
Pocket show com Ana Cacimba [música]30
minutos | Livre | Gratuito
19h30
Um Dia a Gente se Mete a Besta Para Fazer Uma Massa [dança]
Com Núcleo Ximbra
80 minutos | 12 anos | Gratuito
20 de setembro, sexta-feira
15hA
Princesa e a Costureira [contação de história]
Com Helena Black
30 minutos | Livre | Gratuito
21 de setembro, sábado
15h
DESCAMINHOS – se você me vê, não sou eu [teatro]
Com Trupe em Trânsito
70 minutos | Livre | Gratuito
18h30
Sem Nome + Com Endereço [música]
Com Cortejo de Maracatu
30 minutos | Livre | Gratuito
19h
Concurso Drag D’Água
Com Coletivo Acuenda
120 minutos | Livre | Gratuito