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Uma aula que vai além da coreografia: promove autonomia, autoestima e inclusão. A Cia Down Dance, especializada no ensino de dança para pessoas com deficiência, especialmente com síndrome de Down, acaba de desembarcar na Tijuca. Fundada há dez anos em Cabo Frio, a iniciativa é comandada pelo professor Allan Lobato e passa a oferecer aulas semanais no bairro.
A turma é destinada a pessoas com síndrome de Down, e as aulas são às sextas-feiras, das 10h às 11h20, na Escola de Dança Jaime Arôxa, na Rua Almirante Cochrane 162. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pelos telefones (21) 3081-5918 e (22) 99948-5180.
— As turmas são o que eu chamo de dança inclusiva. Ensinar dança para pessoas com síndrome de Down e outras deficiências não é só sobre movimento. É sobre despertar possibilidades. A prática ajuda no desenvolvimento cognitivo, na convivência social e no bem-estar emocional — explica Lobato, que desenvolveu uma metodologia própria para trabalhar com esse público.
A história da Cia Down Dance começou de forma inusitada. Durante um evento, Lobato conheceu Natália dos Santos Barrios, jovem com síndrome de Down que subiu ao palco e encantou o público com sua espontaneidade ao dançar. O momento marcou o professor, que viu ali o ponto de partida para um novo projeto de vida.
— Eu me apaixonei pela alegria dela e decidi trabalhar a dança com pessoas com Down. Aos poucos, fui ampliando esse leque e abrindo espaço para pessoas com deficiência no geral (PcDs)— lembra.
Desde então, a companhia vem acumulando conquistas. Em 2024, apresentou o espetáculo “Meu mundo Down” no Teatro Vannucci, na Zona Sul.
— Mais do que uma performance, a apresentação foi uma celebração do potencial e da força transformadora da arte — diz Lobato.
Ele destaca, porém, que os ganhos vão além do palco.
— Hoje eles fazem aulas periódicas, interagem, criam vínculos e melhoram sua rotina e o convívio com a família. A dança é inclusão, expressão e transformação — afirma.
Fonte: O Globo